Quem Não Precisa de Um Recomeço?
Muitas vezes fazemos más escolhas
em nossa vida e desejamos poder voltar no tempo para consertar o que deu errado.
Voltar no tempo é algo que
simplesmente, fascina o ser humano. Filmes, livros, histórias em quadrinhos
sobre viajantes no tempo já foram apresentados em larga escala e para todos os
gostos e públicos.
Mas, isso nos ajudaria a ter um
recomeço? Segundo as teorias de viagem no tempo qualquer alteração na sua linha
do passado poderia afetar totalmente a sua linha do futuro.
Outra teoria diz que ninguém
consegue viajar para o passado, apenas para o futuro.
Seria justo se pudéssemos escolher
ir para o passado para arrumar a nossa vida?
Na Bíblia, temos a história de um
verdadeiro recomeço que estão relatadas no Novo Testamento nos livros de Mateus 26:6-13; João 12:1-11; Marcos 14:3-9.
Na cidade de Betânia havia uma
família de irmãos que cuidavam um dos outros. Lázaro -provavelmente o irmão
mais velho - um homem estudioso da
palavra de Deus, trabalhador e suas duas irmãs mais novas.
Marta, era muito dedicada em tudo
o que fazia. Adorava cozinhar e gostava das coisas corretas. Era responsável
pelas tarefas da casa e de sua organização era também muito temente a Deus.
E, finalmente Maria, a irmã mais
nova. Era uma mulher muito atraente e animada que gostava das reuniões sociais.
Ela era sempre convidada a estar nos eventos devido sua simpatia. Apesar de Maria ser esta jovem muito animada e
feliz ela carregava dentro de si um fardo. O fardo da culpa por estar levando
uma vida dupla. E isto tinha haver com Simão, o fariseu. O mesmo que fora
curado da lepra por Jesus.
Este Simão devido a sua posição
na cidade convenceu Maria a ceder às suas exigências. Mas tudo continuava igual:
Simão continuava a fazer suas atividades na sinagoga e Maria sorria, brincava e
tentava agradar as pessoas. O que
ninguém sabia era que ela se sentia hipócrita e com muita vergonha do pecado
que estava cometendo junto com aquele homem.
Ela tentou se livrar do julgo que
se encontrava. Falou com Simão e disse que aquele “relacionamento” deveria
acabar, mas ele a ameaçou e ainda a culpou pelo pecado que ambos estavam
cometendo. Então, ela perdeu a esperança e como qualquer pessoa que tem uma
vida religiosa e vive com um pecado oculto, começou a se punir. Resultado, ela
cometia o mesmo pecado de novo, de novo e de novo.
Logo, seu comportamento não
passou despercebido às mulheres da cidade que já comentavam sobre Maria.
Falavam em nunca deixar seus filhos sozinhos com aquela mulher e, quando ela
passava por elas, cochichavam e lhe davam um olhar ferino.
A situação ficou insuportável,
Maria se cansou da situação e decidiu mudar de vida. Fez as suas malas e foi
embora de Betânia. Chegou em uma pequena cidade beira mar chamada Magdala, onde
depois foi chamada de Maria de Magdala ou Maria Madalena.
Procurou emprego, mas não
encontrou. Procurou um lugar para ficar e não encontrou. Pediu ajuda, mas não
obteve. Como então sobreviver? Pensou em
conseguir dinheiro da única forma que conhecia: usando sua beleza. Que problema
teria? Já era mesmo uma pecadora. Uma vez mais o que mudaria em sua vida? Ela
faria isso apenas por um tempo, somente até conseguir o suficiente para se
sustentar. Não foi difícil encontrar quem pagasse por seus serviços.
Mas a culpa nunca a deixava. Quanto mais ela seguia pelo caminho que havia
escolhido mais se afundava no lamaçal do pecado e mais culpa sentia.
Um dia, um pregador itinerante
passou por aquela cidade. Ele falava às pessoas ao ar livre coisas que elas
nunca tinham ouvido antes e muito diferente das que ensinavam nas sinagogas. Ele
dizia:
"Vinde a Mim todos os que
estais cansados e sobrecarregados e Eu vos aliviarei." Mateus
11:28.
"... todo aquele que vem a
Mim, de modo nenhum o lançarei fora. " João 6:37.
"... não vim chamar justos,
mas pecadores ao arrependimento." Mateus 9:13.
Maria então ouve, estremece,
chora e se joga aos pés dAquele que disse estas palavras a ela, e ainda, as diz
nos dias de hoje para mim e para você. Mas, sinto dizer que este não é o final.
O pregador não ficou ali, ele
continuou sua rota itinerante. Mas Maria
continuou na cidade. Continuou com as mesmas amizades, na mesma rotina e, assim,
caiu de novo no mesmo pecado.
Jesus volta novamente a cidade.
Ela vai correndo até Ele para ouvir outra vez suas pregações. Mai uma vez as
palavras dEle trouxeram esperança e paz ao seu coração. Arrependida lhe conta
sobre seus pecados e Jesus ora por ela intercedendo junto ao seu Pai. Só que Jesus mais uma vez vai embora e Maria
não.
Maria
caiu novamente. E toda vez que Jesus retornava à cidade ela era atraída por Ele,
nunca rejeitada. Maria percebeu que, quando estava aos pés de Cristo, era
impossível ceder ao pecado. Decidiu,
então, voltar para o lar junto dos seus irmãos Lázaro e Marta.
Ela
percebeu que se lembrasse das palavras de Jesus e confiasse nEle poderia
resistir até as investidas de Simão. Isso lhe dava uma grande alegria que enchia
seu coração.
No caminho de volta para sua casa em Betânia
ela viu um leproso sentado à beira do caminho. Quando se aproximou, olhou bem
para ele e o reconheceu. Era Simão! Ela mal podia acreditar.
A
lepra não fazia distinção de pessoas. Não importava sua posição na sociedade,
suas riquezas ou seu conhecimento. Se alguém fosse acometido por lepra era então
considerado um imundo, segundo as leis judaicas (Levítico 13).
Maria olhou aquele homem moribundo e escondeu
seu rosto para não ser reconhecida. Passou direto por ele sem olhar para trás e
pensando: “Bem feito, me fez cair em desgraça, agora está aí sofrendo. ”
Ao chegar
ela foi recebida com alegria por seus irmãos Lázaro e Marta e, logo que vizinhança
ficou sabendo de sua volta à cidade de Betânia, começou a comentar:
- Cuidado
com Maria, ela está de volta!
- Dizem
que ela está mudada.
- Bem,
ela não vai aguentar por muito tempo.
- Eu
já ouvi que ela já mudou antes e nunca durou.
Apesar
de todo aquele julgamento, Maria decidiu resistir e permanecer com seus irmãos.
Sabia que Jesus não a condenava e isso era o suficiente
para ela seguir em frente. Logo, aquele que nunca a rejeitara mesmo em meio ao
pecado, viria também a Betânia.
E um
dia Jesus veio e passando pela mesma estrada que ela viu o mesmo leproso. As
pessoas se afastavam de gente com lepra, mas não Jesus. O Mestre dos mestres nunca
conseguiu deixar para trás um leproso, um cego ou um pecador. E não foi
diferente com Simão. Jesus se aproximou dele e tocou aquele que era intocável.
Mesmo sem Simão nunca o ter aceitado ou ter se arrependido de seus pecados
Jesus se aproximou dele, sorriu e o curou.
Simão
não conseguia compreender o porquê de ter sido curado. Ele acreditava que deveria
haver algum merecimento em receber tamanha dádiva e, assim que ele foi
reintegrado à sociedade de Betânia, teve uma brilhante ideia: "Eu vou pagar a esse Homem pelo que Ele fez.
Vou fazer uma festa em Sua honra. "
Sua
mente então começou a ser inundada de ideias. Decidiu fazer uma grande recepção
para aquele grande mestre que o havia curado. Ele chamaria Marta para cozinhar e
Lázaro, por ser um milagre vivo, afinal quem na cidade não sabia que ele havia
ficado doente, morrido, e fora ressuscitado por Jesus (João 12:1). No entanto, Simão não queria Maria em sua festa.
Ele não poderia admitir que aquela pecadora ficasse
próxima a Jesus, um homem santo. Definitivamente, Simão não a queria por perto,
pois também pensava que sua lepra era resultado do pecado dela.
Chegou
a noite do banquete, toda a sociedade havia sido convidada, menos Maria. Ela ficara
em casa. Até gostava de eventos como
este, mas as pessoas ainda a tratavam com frieza. Ela já havia estado com Jesus
muitas vezes e até O viu ressuscitar seu irmão Lázaro. Ela queria estar onde
Ele estava, mas como?
Ela
havia ouvido que Jesus Iria a Jerusalém e que lá seria traído, preso e morto.
Por isso, havia juntado todos os seus recursos para comprar um frasco de óleo
de alabastro, que usaria para ungir o corpo de Jesus. Mas por que fazer algo
por alguém morto se poderia fazê-lo enquanto estivesse vivo?
Então
ela saiu de casa se esgueirou para dentro da festa e enquanto todos os
convidados estavam prestando atenção em Jesus ela se aproximaria de Jesus abriria
o frasco de perfume e derramaria sobre os pés de Jesus e somente Ele perceberia
e a notaria, talvez sorrisse para ela e sairia sem ser notada com sua missão
cumprida.
Mas
ela se esqueceu apenas de um pequeno detalhe. Quando um perfume é aberto o
cheiro dele não pode ser ignorado. Então todos se voltaram para ela e a viram
aos pés de Jesus. O fariseu Simão não acreditava no que estava vendo, então
julgou que aquele homem, Jesus, não era santo, pois havia permitido que uma
pecadora lhe tocasse.
Um
fariseu convidou Jesus para jantar. Jesus foi até a casa dele e sentou-se para
comer.
Naquela
cidade morava uma mulher de má fama. Ela soube que Jesus estava jantando na
casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro, cheio de perfume, e
ficou aos pés de Jesus, por trás. Ela chorava e as suas lágrimas molhavam os
pés dele. Então ela os enxugou com os seus próprios cabelos. Ela beijava os pés
de Jesus e derramava o perfume neles.
Quando
o fariseu viu isso, pensou assim: “Se este homem fosse, de fato, um profeta,
saberia quem é esta mulher que está tocando nele e a vida de pecado que ela
leva. ”
Jesus
então disse ao fariseu:
—
Simão, tenho uma coisa para lhe dizer:
—
Fale, Mestre! — Respondeu Simão.
Jesus
disse:
—
Dois homens tinham uma dívida com um homem que costumava emprestar dinheiro. Um
deles devia quinhentas moedas de prata, e o outro, cinquenta, mas nenhum dos
dois podia pagar ao homem que havia emprestado. Então ele perdoou a dívida de
cada um. Qual deles vai estimá-lo mais?
— Eu
acho que é aquele que foi mais perdoado! — Respondeu Simão.
—
Você está certo! — Disse Jesus.
Então
virou-se para a mulher e disse a Simão:
—
Você está vendo esta mulher? Quando entrei, você não me ofereceu água para lavar
os pés, porém ela os lavou com as suas lágrimas e os enxugou com os seus
cabelos. Você não me beijou quando cheguei; ela, porém, não para de beijar os
meus pés desde que entrei. Você não pôs azeite perfumado na minha cabeça, porém
ela derramou perfume nos meus pés. Eu afirmo a você, então, que o grande amor
que ela mostrou prova que os seus muitos pecados já foram perdoados. Mas onde
pouco é perdoado, pouco amor é mostrado.
Então
Jesus disse à mulher:
— Os
seus pecados estão perdoados.
Os
que estavam sentados à mesa começaram a perguntar:
— Que
homem é esse que até perdoa pecados?
Mas
Jesus disse à mulher:
— A
sua fé salvou você. Vá em paz.
Lucas
7:36-50 – NTLH (Itálicos acrescentados)
Jesus
nunca vai deixar de nos dar um recomeço, se formos a Ele e nos achegarmos aos
seus pés e o aceitarmos como nosso Salvador.
Aquele
que estava assentado no trono disse: "Estou fazendo novas todas as
coisas! " E acrescentou: "Escreva isto, pois estas palavras
são verdadeiras e dignas de confiança". Apocalipse 21:5
Esta
é uma promessa para mim e para você que procura um recomeço na vida. Que não
consegue deixar aquele pecado acariciado e acha que foi abandonado por Deus.
Jesus nos convida a confiar nEle e diz: “Perdoado
são os teus pecados, pois tua fé te salvou. ”
Bibliografia
Venden, Morris L. Como Jesus tratava as
pessoas. Tatuí/SP, CPB, 1999. 212p.
White, Ellen G. O Desejado De Todas As
Nações. Tatuí/SP, CPB, 1990. 835p.